A proximidade da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014, intensificou o número de consultas de investidores estrangeiros em busca de oportunidades de negócios na área de infraestrutura do País. E a previsão é que a partir de março do ano que vem, com o início das obras dos estádios, a procura aumente ainda mais.
Tatiana Campello Lopes, responsável pelo tema no escritório de advocacia Demarest & Almeida, informa que o volume de consultas de empresas estrangeiras e de filiais de multinacionais instaladas no Brasil vem em ritmo crescente nos últimos meses. “Tem consulta de todas as áreas. De indústria de cimento a hotelaria”, afirmou. Segundo ela, as dúvidas estão relacionadas aos marcos regulatórios do País, alternativas de financiamento e questões de propriedade intelectual.
Hoje cedo, um dos sócios do escritório embarcou para a Coréia do Sul com a missão de atualizar os possíveis investidores sobre o andamento dos preparativos para a Copa e mostrar também potenciais oportunidades.
Até março, no entanto, o principal foco dos setores público e privado vai continuar sendo os editais das obras dos estádios, pois este é o prazo limite dado pela Fifa ao comitê organizador.
Depois, as atenções estarão voltadas aos investimentos em infraestrutura. De acordo com a Associação Brasileira de Infraestrutra e Indústrias de Base (Abdib), nove áreas têm de receber investimentos para a realização da Copa. São elas: mobilidade urbana, portos, aeroportos, telecomunicações, saneamento básico, energia, segurança, saúde e turismo.
Ralph Terra, da Abdib, já viajou pelo menos duas vezes para cada uma das 18 cidades que vão sediar os jogos da Copa desde que elas foram anunciadas. A entidade, que reúne as principais construtoras do País, elaborou extenso relatório sobre as necessidades de cada uma das sedes. Já o entregou para o governo federal e comitê organizador e, desde outubro, começou a conversar com governadores e prefeitos das cidades escolhidas pela FIFA.
Para o executivo, boa parte dos investimentos apontados nos relatórios já estão no mapa das prioridades dos governos, pois dizem respeito às necessidades de cada local independentemente da realização da Copa. Falta agora criar condições atrativas para o investidor. “Já existe o interesse e tem tudo para crescer ainda mais. Mas se o projeto não for bom, a iniciativa privada não participa”, disse.