Uma Xangai brasileira?
A exemplo do que aconteceu nos anos anteriores, o Rio de Janeiro segue como a segunda capital mais cara do país, atrás apenas de Brasília. Só nos últimos 12 meses, o metro quadrado na cidade valorizou 28,8%, chegando a 7.800 reais em média. Além da Copa do Mundo e da Olimpíada, que devem atrair novas obras de hotelaria e infraestrutura, a razão para essa alta é a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora nos morros cariocas. Na Tijuca, zona norte da cidade, por exemplo, o valor do metro quadrado dobrou após a instalação das UPPs em 2010. Nada se compara, no entanto, ao frenesi gerado em torno do eixo formado pelos bairros Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Ali foram lançados no ano passado 14 700 unidades - ou 60% dos novos empreendimentos do Rio de Janeiro. "Essa região é atualmente o grande canteiro de obras do Rio de Janeiro, uma espécie de Xangai brasileira", diz Marcos Saceanu, diretor de incorporações da PDG na cidade. No ranking dos preços, Leblon e Ipanema continuam isolados na liderança, os dois bairros mais caros do Brasil. Nesse sentido, também há semelhanças com a China. Os 50000 reais cobrados pelo metro quadrado do caríssimo Wave, em Ipanema, são compatíveis com os imóveis na zona mais cara de Xangai.
Revista Exame, 25/mai