Mercado carioca cresceu 390% na última década
A Barra da Tijuca foi o bairro que mais cresceu nos últimos cinco anos, recebendo 20,5 mil novas unidades.
O mercado imobiliário no Rio de Janeiro cresceu 390% nos últimos dez anos. O dado faz parte de uma pesquisa inédita realizada pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário Ademi-RJ), que constatou o lançamento de 25 mil novas unidades residenciais 10 ano passado, contra 5,1 mil registrados em 2002. Fatores macroeconômicos - como o aumento do crédito, a estabilidade da moeda e a queda da taxa de juros, além da entrada de construtoras na Bolsa de Valores - contribuíram para esse aquecimento sem precedentes do setor. As unidades comerciais foram as que registraram o maior crescimento, passando de apenas 81 unidades lançadas em 2002 para quase 10,2 mil, em 2011. O desempenho obtido no ano passado é excelente também se comparado a 2010, quando foram lançadas 3,2 mil unidades comerciais. Em 2002, o segmento comercial representava apenas 2% dos lançamentos na cidade do Rio. A partir de 2008, observa- se um crescimento contínuo no número de lançamentos comerciais, chegando em 2011 a 40% do total lançado. Barra da Tijuca, Campo Grande, Recreio e Jacarepaguá são os bairros que mais receberam lançamentos comerciais no ano passado.
"Após o boom de imóveis residenciais, que começou por volta de 2007, quando o mercado passou a lançar mais de 10 mil unidades por ano, a tendência natural era a chegada dos serviços, para suprir a necessidade de crescimento dos bairros", explica José Conde Caldas, presidente da Ademi. Segundo ele, a Zona Oeste foi, durante esse período, o vetor de crescimento da cidade. E, com a revitalização do sistema de transporte, Caldas acredita que o mercado imobiliário no Rio passará por um processo de redemocratização, já que o acesso a bairros do subúrbio será ampliado.
Os números confirmam o crescimento da Zona Oeste. A Barra da Tijuca foi o bairro que mais cresceu nos últimos cinco anos, recebendo 20,5 mil novas unidades, seguida por Jacarepaguá, com 19,5 mil e Campo Grande com 11,8 mil. Alguns bairros que andavam esquecidos pelo mercado, como a Tijuca, por exemplo, ganharam impulso novo com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Os imóveis do bairro valorizaram 30% e os lançamentos saltaram de 96 unidades em 2007 para quase 1,2 mil em 2011, totalizando 2,7 mil unidades em cinco anos. Foi o maior crescimento na Zona Norte, que teve ainda como destaques São Cristóvão (1,7 mil), Meier (1,68 mil) e Irajá (1,59 mil). Dentre os 160 bairros da capital fluminense, 66% têm população entre 10 e 50 mil habitantes residentes.