Órgão, porém, determina mudança nos acessos, criação de bicicletários e redução no número de árvores transplantadas
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, apresentaram na tarde desta segunda-feira a licença de instalação (LI) para as obras de expansão do metrô na Zona Sul. A LI foi aprovada com uma série de restrições, entre elas a redução do número de árvores a serem derrubadas (de 113 para 77), e a ainda a obrigação de que 400 sejam plantadas na região. Outra medida adotada pelo Conselho Diretor do Inea foi a proibição de novos estabelecimentos comerciais, uma das reivindicações da população. Também está prevista a instalação de bicicletários em todas as estações.
- Estão vedados os estabelecimentos comerciais para que não haja competição com o comércio local - disse Minc, que acrescentou que os acessos à estação na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, não serão por dentro da praça.
Além da preservação ambiental, o consórcio responsável pela obra terá que se comprometer em manter o aspecto recreativo da praça, que será restaurada.
Outra modificação estabelecida pela LI é com relação ao traçado do futuro itinerário Humaitá-Jardim Botânico-Gávea:
- O metrô não vai passar mais por trás do Parque Lage, nem por cima da Rua Jardim Botânico porque isso afetaria os lençóis freáticos. O que ficou acertado é que, daqui a seis meses, a Concessionária Rio-Barra vai apresentar um novo projeto executivo, pelo qual o metrô vai passar pela frente do Parque Lage e por baixo da Rua Jardim Botânico - disse o secretário Minc.
Apesar das restrições anunciadas pela Secretaria do Ambiente, a coordenadora da ONG Projeto de Segurança de Ipanema, Ignez Barreto, afirma que o projeto ainda vai degradar a Praça Nossa Senhora da Paz e afetar o lazer no local.
- Mesmo que os acessos fiquem no entorno, serão cerca de 40 mil pessoas por dia circulando na praça. As praças do Rio de Janeiro estão acabando por causa disso: elas deixaram de ser praças e se viram lugar de trânsito de pedestres - disse Ignez, que defende que as saídas sejam na Rua Visconde de Pirajá, entre as Ruas Maria Quitéria e a Garcia d'Ávila.
Já para o presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Carlos Monjardim, as contrapartidas impostas pela Secretaria e pelo Inea vão beneficiar a população.
- Não podemos ser contra o progresso. A obra já está decidida e aprovada. O que cabe às associações é tentar minimizar os transtornos. Tivemos uma reunião com o subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira, há duas semanas e tivemos essa garantia da redução do número de árvores retiradas e também a avaliação da possibilidade de indenização, por parte do consórcio, para os comerciantes que tiverem queda no faturamento no período das obras.
Carlos acrescentou que a Associação Comercial de Ipanema propôs a utilização dos tapumes das obras como publicidade para os comerciantes locais.
- Vamos iniciar um estudo com a prefeitura e com o Governo do estado para que esses tapumes beneficiem os próprios comerciantes. Também vamos avaliar de maneira muito criteriosa a queda de faturamento por causa das obras.
Acesso para o metrô na Lagoa ainda não foi oficialmente apresentado
Segundo o chefe de serviço do Inea, Maurício Couto, a possibilidade de haver uma saída de ventilação do metrô para a Lagoa ainda não foi apresentada oficialmente ao instituto.
- A RioTrilhos ainda não tem nada oficial sobre essa proposta. Mas, havendo esse acesso, ele poderá ser uma área de serviço do metrô ou entrada de passageiros.